sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A ditadura não acabou


Vivemos num regime democrático mas de liberdade vigiada. Os vigiados são sempre suspeitos, e os suspeitos parecem sempre culpados. E sempre leva vantagem quem tem olho maior; maior alcance, e que pode dominar em toda a parte, usando até mesmo o poder de instituições e de todo aparato oficial.

O jogo é ganho por aquele que tem mais poder de fogo. E quem está no poder sabe a força que tem. E o poder tem sempre razão, não comete erros, nem crimes: as vítimas de espionagem e de sigilos quebrados é que devem explicações.

Quem pensava que a ditadura acabou pode estar enganado. Esse sistema está vivo, inteligente e mais aparelhado. Por causa disso pode se disfarçar com mais facilidade. Num país em que pau que bate em Chico, não bate em Francisco, a justiça aplicada torna-se questionável.

Por outro lado, num país em que eleitor vota com o estômago, o que importa isso? Esse assunto não faz parte de sua realidade. E essa guerra fria fica apenas no âmbito das disputas eleitorais.

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